Exportações de calçados contribuem para possível alta no PIB de 2017

Por conta de bons indícios no desempenho das exportações, a economia brasileira está com boas expectativas para uma retomada enérgica em 2017. O governo espera um crescimento de 1,2% para o ano que vem, no entanto, algumas projeções apontam expansão de 2%. Na visão desses especialistas, o bom desempenho, no mercado externo, de diversos setores da indústria - como alimentos, bebidas, produtos têxteis, máquinas, couro, calçados, celulose e papel, madeira e automóveis - pode puxar a recuperação econômica.
"O desempenho ruim da indústria foi o epicentro de nossa crise, e a retomada do crescimento do país passa por sua recuperação. A exportação é o principal motor desse movimento, e a substituição das importações também ajudará" diz o economista Rafael Cagnin, do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), que não faz projeções para a economia em 2017, mas acredita que o desempenho deve ser positivo.
No setor calçadista, as exportações estão propondo um cenário mais favorável. Segundo a Abicalçados, associação que representa a indústria, nos seis primeiros meses do ano, as vendas subiram 3,3% em volume, em relação ao mesmo período de 2015, mas estão 2,7% inferiores em receita (US$ 451,47 milhões).
Mesmo assim, para alguns mercados as vendas dispararam. Para a Argentina, o crescimento no período foi de 85%, somando US$ 41,4 milhões, um aumento de 56,8% em faturamento. Os embarques para os Estados Unidos, o maior comprador dos calçados brasileiros, cresceram 24,3% em número de pares e 17% em faturamento, chegando a US$ 102,54 milhões.
No mesmo período, as importações de calçados importados caíram 35% em volume e 38,3% em receita. "O câmbio trouxe uma vantagem com preços mais competitivos no primeiro semestre. Mas estamos preocupados com a volatilidade. Por vezes, é melhor um câmbio mais baixo do que flutuando como está" diz Heitor Klein, presidente-executivo da Abicalçados, lembrando que o calçado brasileiro ganhou novos mercados, como os Emirados Árabes.
Foto: Divulgação
Compartir